quarta-feira, 28 de julho de 2010

Horário infantil pede socorro na faixa matinal.

Gente, o que vem a ser a atual programação infantil na televisão? Chega a dar vergonha assistir esses programas ao lado das nossas crianças... os bons e velhos programas infantis dos anos 80 e 90 foram totalmente varridos da programação da tv aberta.

Enquanto isso, alguns poucos canais de tv fechados, que se dizem voltados ao público infantil, exibem atrações totalmente ruins e importadas de outros paises, como os teletubbies. Os programas legais ficaram no passado, para nunca mais voltar!



A Rede Globo, emissora tão competente nesses quesitos em outras épocas, resolveu preencher sua programação semanal com um programa ao estilo "Video Show", onde os apresentadores (totalmente sem empatia com o público infantil) aparecem por segundos no video, anunciando as atrações seguintes. Fico imaginando a cara destes apresentadores quando o diretor grita "CORTA!"... devem se sentir as pessoas mais toscas do mundo!

Chega a ser realmente lastimável que uma emissora que já preencheu sua faixa matinal com as estrelas Xuxa e Angélica esteja tão em baixa com o público infantil. A Globo perdeu grande parte do seu público justamente na faixa matutina, onde chega a apanhar no ibope pras concorrentes Record e SBT em alguns dias. Fora que o efeito de share (números de aparelhos de tv sintonizados na emissora) baixo em uma faixa do dia parece se estender aos demais horários do dia, prejudicando a média de todos os programas da casa.



Xuxa até tentou voltar à faixa matutina no início dos anos 2000, mas falhou: já na casa dos 40 anos, a apresentadora perdeu a empatia com o público infantil que a mantinha em alta na época do Xou da Xuxa. Seu outro público em potencial, os adolescentes (ex-baixinhos de outrora), ficaram carentes da apresentadora quando a mesma extinguiu o Planeta Xuxa de sua vida. Parece que o fim da parceria com Marlene Mattos não fez bem à artista.

Já Angélica migrou de público, mas ficou confinada à gincana do Video Show (que ainda tinha alguma graça quando recebia artistas da casa) e a um programa semanal em que mostra a intimidade dos artistas. O programa Estrelas, que vai ao ar todo Sábado, é muito bom e bem produzido - porém pequeno para o espaço que a apresentadora merece.



No SBT, o negócio é mais feio. Por ser uma emissora mais liberal na grade de horários, o SBT já levou ao ar novelas com conteúdo totalmente infantil em seu horário nobre. As atrações Carrossel e Chiquititas, esta última produzida em parceria com a Argentina TeLeFe, causaram verdadeiros problemas na audiência da Globo quando foram ao ar. Já as atrações infantis se resumiram ao comando de uma criança de 6 anos que tem tudo pra virar uma segunda Simony: Maísa. A menina tem muita desenvoltura e potencial em frente às câmeras, mas é muito nova para estar exposta à mídia como está sendo.

Por último, o que falar dos atuais desenhos? Com RARÍSSIMAS exceções, são PÉSSIMOS! Na minha época de criança, assistíamos clássicos dos estúdios, como Mickey e Donald, Tico e Teco, Tom e Jerry, Looney Toons, Caverna do Dragão, She-ra e He-man e Power Rangers. As crianças de hoje são educadas à base de muito desenho japonês de luta, pancadaria e violência. O que falar dos horrendos Dragon Ball e todos os seus derivados?



É difícil olhar pra televisão hoje em dia e ainda achar algo de bom entre as atrações infantis. Também nessas horas, a nostalgia me pega de jeito... e você?

domingo, 25 de julho de 2010

Autores: o que há com eles?

Pessoal, hoje quero falar de dois autores que andam em baixa na Rede Globo. Andam em baixa na minha opinião, que fique bem claro: Antônio Calmon e Walther Negrão. Ambos, autores do arrasa-quarteirão TOP MODEL (1989), não conseguiram emplacar mais os seus tradicionais folhetins de sucesso do final dos anos 90 para cá. É de se estranhar que autores tão criativos e bons de texto estejam falhando tanto e micando na audiência como estão.

Calmon, que migrou do cinema para as séries de tv e depois para as novelas, tem ótimos trabalhos no currículo, como as novelas VAMP (1991), OLHO NO OLHO (1993), CARA & COROA (1995), CORPO DOURADO (1998) e UM ANJO CAIU DO CÉU (2001). Em 2002, quando tentou repetir o sucesso da novela vampiresca, falhou feio ao escrever O BEIJO DO VAMPIRO. A obra derrubou 4 pontos de média geral em relação à anterior, a também criticada DESEJOS DE MULHER, de Euclydes Marinho. Uma outra crítica foi a escolha de Marcos Paulo como diretor geral da trama, pois quem havia dirigido a outra novela foi Jorge Fernando.



Antônio Calmon sempre trabalhou com ótimos elencos, mas não vem repetindo o sucesso que tinha anteriormente. Em 2004, co-assinou COMEÇAR DE NOVO, com Elizabeth Jhin, autora de ESCRITO NAS ESTRELAS. Ao tentar sair do universo jovem, seu público-alvo, errou mais ainda a mão e se perdeu totalmente. Nem as atuações de Eva Wilma e Marília Pêra salvaram a novela. Por último, assinou o fracasso TRÊS IRMÃS (2008), menor média geral do horário empatada com TEMPOS MODERNOS.



Na minha opinião, o ponto alto do trabalho deste autor foi a novela CARA & COROA. Christiane Torloni deu vida às gêmeas Vitória e Fernanda, que não sabiam que eram irmãs e se conhecem na prisão. A atriz marcou as diferenças entre as personagens fortemente, ao mudar o olhar e tom de voz de cada uma delas e não deixou nada a dever às gêmeas de Glória Pires em MULHERES DE AREIA (1993). Assistindo as cenas, é difícil imaginar o que aconteceu à criatividade do autor.

Já Walther Negrão, autor com mais obras na tv, escreveu sucessos sucessos como FERA RADICAL (1988), DESPEDIDA DE SOLTEIRO (1992) e TROPICALIENTE (1994). Após estes fenômenos, tentou escrever uma novela espírita: ANJO DE MIM (1996). A proposta era boa, mas a novela não cativou o público inicialmente. Em 1998, escreveu uma novela para as crianças chamada ERA UMA VEZ. Apesar de regular, a trama era o que se conhece basicamente como água com açucar. Não haviam grandes emoções!

As novelas de Negrão chegavam, passavam e não aconteciam mais como antigamente. Vimos passar em branco as obras VILA MADALENA (2000), tentativa de Walther no horário das 19h, COMO UMA ONDA (2004) e DESEJO PROIBIDO (2007). Padecendo do mesmo mal que Calmon, o autor trabalhou com grandes atores, que interpretaram alguns bons personagens. Mesmo assim, isso não rendeu uma boa audiência.



Minha novela preferida desse autor é DESPEDIDA DE SOLTEIRO, que contou com um ótimo elenco e tinha uma história interessante. Lucinha Lins viveu uma mocinha muito forte, no auge da sua beleza. Lúcia Veríssimo também estava lindíssima e fez da doce Flávia uma mulher guerreira. Sinto falta dessa atriz nas novelas. A trilha sonora de DESPEDIDA DE SOLTEIRO também era muito boa.



O que será desses dois autores no futuro? A resposta é difícil de prever, mas Walther Negrão vem aí no horário das 18h, após ESCRITO NAS ESTRELAS, com uma trama de interior chamada ARAGUAIA. Enquanto isso, Calmon já disse em uma entrevista que pretende escrever uma terceira novela sobre vampiros em breve. É aguardar para ver, torcendo para que esses dois recuperem a sua criatividade de outrora. Até mais!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

A dramaturgia fora da Vênus Platinada.

Seguindo a sugestão de um amigo, falarei um pouco de outras emissoras além da Globo no post de hoje. Embora 95% das grandes produções sejam provenientes da emissora carioca, existiram boas novelas também fora dela.



No SBT tivemos, por exemplo, a novela Pérola Negra (1998), protagonizada por Patrícia de Sabrit - que anda sumida da tv desde então. Adaptada de uma sinopse estrangeira, esta produção foi gravada por inteiro com um ano de antecedência, indo ao ar inteiramente terminada. Apesar de um roteiro simples e já abordado em tramas brasileiras, como Plumas & Paetês (1983) e Esplendor (2000), a novela apresentava um ar agradável, com boas atuações da maior parte do elenco. Assisti esta novela inteira e gostei bastante do que vi.

Não tenho o que comentar a respeito das novelas mexicanas exibidas pelo canal. Primeiro porque a dublagem, acompanhada sempre das mesmas meia dúzias de vozes dos dubladores - já reparou que a vovó Piedade tinha a voz da árvore da Pocahontas, ou então que o capitão do Titanic tinha a voz do Seu Peru? - estraga totalmente a atuação dos atores estrangeiros. Segundo porque acho nossos roteiros infinitamente superiores em criatividade e texto. E por último, porque a edição das novelas mexicanas me irrita... aquelas mil tomadas dos ambientes externos, que intermedeiam uma mesma cena, é algo meio desconexo e "tosco" pra mim.

Tendo falado de uma novela do SBT, passarei à Rede Record. Nunca consegui assistir a nada desta emissora, pois simplesmente acho lamentável a forma com que trocam de horários, jogando a programação sempre pra uma hora antes ou depois, sem mais ou menos. Tenho amigos que assistiram algumas coisas, como a estreiante Gisele Joras, escolhida em concurso promovido pela emissora, com sua Amor & Intrigas. Um amigo me disse que logo logo ela pisa na Globo... não duvido!

A vida das novelas na televisão sempre foi muito presa à Rede Globo. A única emissora que chegou a fazer sombra à mesma foi a Rede Manchete, que nos seus tempos áureos - a década de 90 - causou muita dor de cabeça com Pantanal, Mandacaru e Xica da Silva. Aliás, grande parte das equipes de atores, diretores e autores migrou para a Rede Globo, estando por lá até hoje.



Como falei anteriormente, embora as novelas da Globo estejam em baixa atualmente, ainda acho que as novelas brasileiras são as melhores do mundo. Não há país que chegue aos nossos pés na produção das mesmas. Não é a toa que elas são um dos nossos principais produtos no mercado mundial. E que assim continue, por muito tempo!

quarta-feira, 21 de julho de 2010

O que nos aguarda nesta próxima década?

Bem, pessoal, entramos nos anos 10. É estranho falar isso para quem já disse ter vivido nos anos 90 e 2000. Dá uma sensação de "trinta anos" batendo à sua porta, hehe. Mas não é sobre isso que vim falar hoje. Gostaria de falar a respeito de programas humorísticos da história da televisão, com destaque especial para três deles:



Na década de 80, nascia o extinto TV PIRATA. Confesso que pouco me lembro desse programa, pois sou de 1987 e me lembro apenas de flashes e alguns poucos videos na internet (santo youtube)! Porém, quem viveu nesta época de ouro da tv afirma, sem dúvida, que o programa era muito bom e merecia voltar à atual grade da televisão, ainda mais com os humorísticos que estão sendo exibidos agora. Alguns rostos famosos do humor, como Cláudia Raia, Débora Bloch, Luiz Fernando Guimarães e Diogo Villela já davam o ar de sua graça no extinto humorístico. Havia sátiras aos próprios programas da Rede Globo, como a novela Roda de Fogo, grande sucesso de Lauro César Muniz (1986) e a revista matinal TV MULHER.



Em seguida, nos anos 90, tivemos a chegada do SAI DE BAIXO. Com o elenco encabeçado por Cláudia Jimenez e Tom Cavalcante, o humorístico prometia um humor rápido, escrachado e bem bolado aos domingos de noite, após a revista eletrônica Fantástico - horário anteriormente vazio na programação da emissora. O programa começou muito bem, é verdade, mas a saída de Cláudia Jimenez após a primeira temporada abalou as estruturas do programa. Sua personagem, a insolente doméstica Edileuza, era 80% da graça do programa. A atriz Márcia Cabrita, apesar de ótima, ficou ofuscada quando assumiu o papel de doméstica da atração.



Marisa Orth brilhava no papel de uma mulher extremamente idiota e Miguel Falabella criou um inesquecível canalha, Carlos Antibes, que havia ficado pobre e não perdia a mania de escrachar todo mundo pela falta de dinheiro. Aracy Balabanian, que havia acabado de viver uma personagem malvada em A Próxima Vítima (1995) não deixava por menos e brilhou ao interpretar Cassandra Salão, viúva de um brigadeiro da Aeronáutica. Um dos pontos altos do programa eram os constantes ataques de riso de Aracy, que contaminavam todo o elenco. Sai de Baixo brilhou na grade da Rede Globo durante seis longos anos (1996-2002).



Com a chegada dos anos 2000, apareceu a série OS NORMAIS. Numa proposta totalmente inovadora, o seriado narrava a rotina de vida de um casal que não saía da condição de noivos. Rui e Vani, interpretados por Luiz Fernando Guimarães e pela EXCELENTE Fernanda Torres se colocavam nas situações mais cotidianas e também mais loucas de um casal, levando o público às gargalhadas pela empatia com as histórias contadas talentosamente pelo casal Alexandre Machado e Fernanda Young. Todo episódio contava com a participação especial de artistas que viviam personagens também engraçados. A série nos fazia encontrar recentemente com uma sensação de "Eu já vivi isso na minha vida real, com a minha família".



Em 2003, na terceira e última temporada, Os Normais ganhou a presença de Graziella Moretto e Selton Mello, que interpretavam Maristela e Bernardo, um casal de amigos de Rui e Vani. A série durou três temporadas e totalizou 71 episódios imperdíveis. Aliás, sinto muito a falta de Fernanda Torres em trabalhos na tv novamente. Sei que a atriz tem um enorme potencial pra dramaturgia, como vi em Selva de Pedra (1986) e não sei porque a mesma não volta às novelas e séries. Os Normais acabou em Setembro de 2003, deixando muitas saudades ao seu público.



Além dessas três séries que falei hoje, ainda houveram outros bons programas nessas épocas, como A COMÉDIA DA VIDA PRIVADA, humorístico baseado nos textos de Luiz Fernando Veríssimo, CHICO TOTAL, programa em que o humorista Chico Anísio interpretava seus personagens em vários quadros e a série OS ASPONES, também de Alexandre Machado e Fernanda Young, que retratava o funcionalismo público numa repartição onde as pessoas fingiam trabalhar por não haver o que fazer no local do emprego. Este último seriado, aliás, me fazia GARGALHAR em frente à tv, pois sou filho de funcionários públicos e, como todo brasileiro, já precisei destes cidadãos e fui muito mal atendido pela grande maioria dos mesmos.

Fica a pergunta para todos nós agora: qual será o futuro da vida do humor na televisão?

terça-feira, 20 de julho de 2010

A amargura do horário das oito.

Não é de hoje que as novelas das 20h da Rede Globo vêm capegando em índices considerados pífios para o horário. Tudo começou com Paraíso Tropical (2007), de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, que terminou 4 pontos abaixo da média geral de sua antecessora: Páginas da Vida (2006), de Manoel Carlos.

De lá para os dias atuais, as coisas só pioraram e os números foram caindo novela após novela. A meta 40, que era um número aceitável para as novelas, hoje raramente é alcançada, a não ser nas retas finais. Novelistas famosos, como Aguinaldo Silva, Manoel Carlos, Glória Perez e até o estreante em novelas das oito João Emanuel Carneiro passaram pelo horário. Nenhum deles conseguiu reerguê-lo.

A atual novela das oito, Passione, de Silvio de Abreu, é um retumbante fracasso de audiência. Patinando em médias que raramente passam de 35 pontos, dificilmente passará a média geral da antecessora, Viver a Vida, escrita por Maneco. A situação é tão delicada que a Rede Globo anda lançando chamadas dos capítulos o tempo todo na sua programação, na tentativa de reverter o quadro.

Silvio, na minha opinião de telespectador, errou feio a mão ao achar que poderia escrever uma novela ao estilo de Belíssima (2006) e arrebentar novamente na audiência, como fez na outra vez. Escalou uma já cansada Fernanda Montenegro, que já ofereceu à tv tudo que podia e está visivelmente cansada. Fernanda, que havia vivido a vilã Bia Falcão em 2006, não deveria ter voltado em outra parceria com Silvio: a imagem da personagem ainda permanece muito atrelada à da atriz. Vejo alguns outros erros pontuais, como a presença de Kayky Brito, que nunca me desceu como ator (é um rostinho bonito, é verdade), além de Carolina Dieckmann em outro papel insosso, novamente ofuscada pela atuação de Mariana Ximenes, que finalmente não está fazendo alguma coitadinha. Reynaldo Giannechinni está ruim como o vilão Fred e Tony Ramos lembro o grego Nikos, também de Belíssima, só pelo sotaque estrangeiro. Esses são alguns fatores que ajudam a entender o porquê da novela estar indo tão mal de audiência.

Esse fracasso todo é explicado parcialmente pela migração do público para outras mídias de entretenimento, como internet, cinemas e canais de tv fechada. Como a situação financeira do brasileiro também anda melhor, é provável que o mesmo ande menos tempo em frente à tv, uma diversão barata, para gastar seu dinheiro por aí.

O último grande sucesso de repercussão e público no horário foi a novela A Favorita (2008), de João Emanuel Carneiro, que transformou Patrícia Pillar numa vilã inesquecível. Carneiro, aliás, já demonstrou abertamente que conta com Pillar como protagonista em sua próxima novela. João Emanuel Carneiro, em sua primeira novela no horário, fez bonito e derrubou toda a concorrência da Rede Record, que atacou o horário de frente com Tiago Santiago, ex-colega de João na Rede Globo.



Para tentar reverter o atual quadro em que se encontra a principal faixa do horário nobre na televisão, a Globo estreia em Janeiro de 2011 uma novela de Gilberto Braga e Ricardo Linhares, com Glória Pires no papel de antagonista, revivendo seus dias de Maria de Fátima (Vale Tudo - 1988). É esperar para ver!

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Primeiras impressões de Tititi



Não tinha como não escrever sobre o primeiro capítulo deste remake. Gosto do trabalho de Maria Adelaide Amaral, sem dúvida. Acompanhei o remake de Anjo Mau (1997), com Glória Pires no papel da protagonista Nice e adorei.

A direção de Jorge Fernando não me agrada. Acho que ele abre mão dos diálogos maiores, cortando muito as cenas. O que me cansa é ver estes efeitos de transição que ele lança o tempo todo na tela, como o balde de tinta em Caras & Bocas (2009). Agora é a vez dos objetos de costura, como tecidos, tesouras e agulhas. Jorge Fernando também tem uma mania que eu já percebi: trabalhar sempre com os mesmos atores. Só neste primeiro capítulo, pude observar Guilhermina Guinle, Ricardo Duque, Rafael Zulu, Sophie Charlotte, Marcelo Barros e Hilda Rebello, todos também do elenco de Caras & Bocas. O elenco da Globo é muito grande para os diretores investirem sempre nos mesmos atores, que precisam descansar um pouco mais a imagem.

No mais, pude observar Alexandre Borges ENGOLINDO Murilo Benício, como já imaginava que seria só de assistir as chamadas. Alexandre pareceu-me que se entregou de corpo e alma ao personagem. Murilo não é mau ator, muito pelo contrário: fez o personagem que mais me fez rir em uma novela - Artur Fortuna, em Pé na Jaca (2006). Cláudia Raia continua super canastrona para mim. Malu Mader fez o certo: descansou sua imagem após Eterna Magia (2007), dando tempo ao público para sentir saudades dela. Aliás, esta novela deve estar tendo um gosto especial para a atriz, que já havia atuado na primeira versão, em 1985. Foi nesta novela, aliás, que ela conheceu Betty Goffman, atriz de quem se tornou amiga, voltando a atuar agora.

Um último comentário, quanto à abertura: muito similar à original de 1985, com mais efeitos de computação gráfica. A regravação da mesma música-tema, agora na voz de Rita Lee, foi uma escolha legal. Confira no video como a abertura do remake é parecida com a da versão original.



De uma maneira geral, gostei do que vi. É aguardar os próximos capítulos dessa novela, que parece que vai dar o maior tititi!

Show? Só se for no seu video!


Pessoal, é incrível como a qualidade do Video Show caiu tanto de uma década pra cá. Um programa que, na época de Miguel Falabella no comando, costumava trazer bastidores não apenas de televisão. A equipe de reportagem do Video Show seguia atrás de shows e turnês de artistas badalados, além de agitar nos bastidores de peças de teatro.

Os 30 minutos dedicados ao programa nos anos 90 foram esticados pra 45 em 2010. Assistimos a um festival de quadros em que os artistas conversam com eles mesmos através de montagens das falas dos seus personagens. Para encerrar o programa, diariamente, vemos Angélica há quase 10 anos no comando de um game que pouco muda e pouco empolga.

Os acertos, como o quadro FALHA NOSSA, estão cada vez mais de lado. Ao invés disso, vemos a repórter ir às ruas e caçar alguma mulher para se transformar e ficar parecida com alguma artista de alguma novela. Nada contra, mas a Xuxa cansou de fazer isso no seu extinto Planeta Xuxa. A Márcia Goldschmidt faz isso até hoje em seu programa! Sejamos um pouco mais criativos, não?

Entre os apresentadores do programa, não acho que Luigi Baricelli se encaixe no perfil: ele é melhor nas novelas. Fiorela é muito bonita, mas não tem talento pra estar ali. André Marques precisa emagrecer URGENTEMENTE, pois corre risco de não caber mais no enquadramento das câmeras daqui a algum tempo. Faço uma ressalva: Geovanna Tominaga, ex-assistente de palco de Angélica no Angel Mix, está muito bem e merece mais espaço. É segura nas entrevistas e entradas ao vivo e tem sempre o texto na ponta da língua. Nem o triste episódio com Suzana Vieira abalou sua imagem no programa. Geovanna, ao contrário, teve muito jogo de cintura e se saiu bem da situação.



O Video Show já foi uma excelente revista eletrônica. Uma pena que tenha perdido um pouco de seu encanto e magia dos anos 90. Se formos reparar bem, todos os programas que provém dessa década e continuam até os dias atuais perderam um pouco do seu encanto, vide o seriado Malhação e o dominical Fantástico.

domingo, 18 de julho de 2010

A difícil missão do horário das 19h.


Chegou ao fim nesta sexta-feira, dia 17, a trama Tempos Modernos, de Bosco Brasil. Antigo colaborador de Silvio de Abreu e Aguinaldo Silva na Rede Globo, Bosco esteve na Rede Record recentemente, onde co-assinou a trama Bicho do Mato, sucesso de audiência no canal. A missão era ingrata - e todos, inclusive ele, sabiam disso - em seu retorno à Rede Globo: Bosco substituiria o sucesso Caras & Bocas, de Walcyr Carrasco, na sua primeira novela como autor titular.

Ao contrário da maioria das pessoas, eu assisti a novela do começo ao fim - e acreditem: adorei. Vi pouquíssimos pontos fracos na novela e curti muito o texto de Bosco Brasil. Bosco criou personagens humanos, frios e quentes ao mesmo tempo, até mesmo viscerais. Todos os atores brilharam em seus papéis e os diálogos eram teatrais, perfeitos, profundos.

A novela, porém, não foi bem de audiência. Terminou com 24 pontos na média geral em São Paulo, empatando com Três Irmãs (2008), de Antônio Calmon, como o pior ibope do horário. Só que há uma diferença entre a primeira e a segunda: ao contrário da novela de Calmon, a audiência de Tempos Modernos foi ascendente, rompendo a barreira dos 30 pontos na semana final - número alto para o atual quadro de audiência do horário.

Voltando à crítica da novela, fiquei maravilhado e apaixonado pela Eliane Giardini, com sua doce e feroz Hélia, assim como me encantei de vez pela Malu Galli como Iolanda. Cheguei a não gostar de Leal e Hélia terminarem separados, mas vislumbrei aí mais uma grande lição da vida que o Bosco me trouxe de bandeja: há casais que se amam, mas não podem viver juntos. Um anula o outro. Este é o caso dos personagens de Giardini e Fagundes, que viveram um amor fortíssimo, mas terminaram separados.

Dei muitas risadas com Regiane Alves e sua perua Goretti, aprendiz de mãe, sempre pronta para dar um piti. Fernanda Vasconcellos esteve perfeita, passando emoção e verdade nas cenas mais difíceis. Priscila Fantin brilhou em um papel secundário - requisito que, aliás, ela mesma exigiu para participar da novela. Thiago Rodrigues e Danton Mello foram muito bem em seus papéis também. Faço uma ressalva a Otávio Muller aqui, que parece sempre interpretar os mesmos personagens canastrões e bonachões, patetas e tolos ao extremo. Sei que ele pode muito mais que isso!

Quanto aos demais: Marcos Caruso esteve perfeito como o vilão Niemann! Ele finalmente ganhou um papel que pôde revelá-lo como o ator brilhante que é. Felipe Camargo voltou às novelas em grande estilo! Muito bom revê-lo em cena! Paula Possani roubou toda a trama final só pra ela, hein?! E ainda teve um final a la Bia Falcão, quem diria!

Para terminar, quero falar de duas atrizes que também estiveram na novela: começo pela Grazi, que me surpreendeu DEMAIS! Meu Deus... essa menina melhorou muito! Merece todos os parabéns do mundo! Agora eu posso chamá-la de atriz sem preconceito algum, com certeza. Por último, Viviane Pasmanter! Uma pena ela ter saído por volta do capítulo 50, devido a problemas pessoais. A Regeane era uma personagem fantástica, que tinha um enorme potencial pra ser explorado. Porém, Bosco Brasil fez da perda temporária da atriz uma trama de suspense e aventura, que durou até o último capítulo, onde Regeane finalmente reencontrou sua família.

Quanto ao último capítulo, sem comentários né? PERFEITO! Sem as famosas e enfadonhas cenas de casamento e nascimento de mil e um bebês e sem aquela lentidão brega que toma conta da novela neste dia. Bosco Brasil agilizou a trama até o último instante, o que nos rendeu um último capítulo emocionante e muito bacana. E, na minha opinião, deu ao vilão Niemann o pior castigo que alguém pode ter: ficar na cama para o resto da vida, sequelado e ainda ver morrer na sua frente, se atirando em uma bala que era pra ele, a filha que rejeitou anteriormente: sacada de gênio!

Nesta segunda começa Tititi. Claro que não perderei, não é? Desejo a Maria Adelaide Amaral muita força e sorte, para entrar com tudo neste conturbado horário das sete. Tem que ser autor MACHO pra escrever pra esta faixa, viu?